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Conheça a linha do tempo dos Kaingangs "paulistas" na região de Penápolis

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Origem dos Kaingangs "paulistas"

Não existe um consenso entre os pesquisadores sobre o lugar originário desses indígenas: alguns afirmam que eles vieram do sul, enquanto outros acreditam nas evidências de Kaingangs no litoral paulista.

Imagem/Reprodução: indígena Kaingang "paulista" com coberta típica (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

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O contato entre os Kaingangs "paulistas" com os colonizadores

O contato com os Kaingangs "paulistas" começou a partir da segunda metade do século XIX, quando a região onde hoje se localiza Penápolis teve seu processo de colonização iniciado. Acredita-se que a pequena população local, formada em sua maioria por migrantes mineiros, não enfrentava problemas de convivência com os povos originários. 

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Imagem/Reprodução: Aldeamento de indígenas Kaingangs "paulistas" (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

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Chegada dos Pinto Caldeira
e divergências

Apesar das primeiras terras do Patrimônio Nosso Senhor dos Passos terem sido obtidas pela família Pinto Caldeira, só há registro do contato deles a partir deste relato de Fausto Ribeiro de Barros (1944, p. 635, apud BALDUS, 1953, p. 317):

Imagem/Reprodução: indígenas Kaingangs "paulistas" reunidos em aldeamento (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

"Viviam aparentemente felizes os caingangs sem ser molestados. Assim foi até que uns benditos Pintos Caldeira feriram ou mataram alguns índios quando êstes roubavam milho na roça, atividade que não constituía nada de novo e nem revoltante aos outros moradores brancos mais inteligentes e mais humanos".

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Acontecimento que originou o cemitério

A partir do primeiro ataque (descrito anteriormente) pelos Pinto Caldeira, os Kaingangs planejaram uma revolta no ano de 1886, como descreve Ribeiro de Barros (1992, p. 46-47):

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Imagem/Reprodução: Flechas feitas e utilizadas pelos indígenas Kaingangs "paulistas" (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

"No ano de 1886 o fazendeiro Joaquim Evaristo Pinto Caldeira promoveu o mutirão em sua roça, tendo convidado para tal amigos de outros sítios. Um motivo para trabalho e festa. Enquanto, na sede da fazenda, as mulheres caprichavam no preparo do almoço e todas as iguarias, variadas e fartas, os homens lá na roça, trabalhavam alegremente [...] Dezenas de índios, armados de flechas e longos guarantans, atacaram os trabalhadores exatamente na hora do almoço. Houve uma tremenda luta corpo a corpo em que os civilizados valeram-se de suas ferramentas, da faca, do facão. Como de praxe, as armas ficaram na casa da fazenda. Os trabalhadores lutaram encurralados pela bugrada assassina furiosa, em gritaria infernal. Ainda agonizantes eram monstruosamente trucidados. Cabeças, braços e pernas decepadas de algumas vítimas. Tudo roubado, inclusive as vestimentas".

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A região após o acontecimento

O conflito interrompeu o processo de povoamento e colonização da localidade, que só voltou a acontecer em meados de 1904, quando os descendentes das antigas famílias voltaram à região, numa nova tentativa de ocupar o espaço. 

Imagem/Reprodução: grupo de indígenas Kaingangs "paulistas" em aldeamento (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

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Chegada da estrada de ferro em Penápolis

As cidades da região do noroeste paulista se desenvolveram em torno das estações ferroviárias, criadas pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Para acelerar as obras e impedir os ataques indígenas, os trilhos eram eletrocutados ou eram deixadas comidas e roupas contaminadas com varíola, além das expedições dos bugreiros (pessoas contratadas para matarem indígenas). 

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Imagem/Reprodução: estação de trem da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

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07

 Criação do SPI em 1912

Com o crescente massacre dos povos originários, em 1912 foi criado o SPI (Serviço de Proteção aos Índios), por Marechal Rondon. O órgão público limitou o espaço dos indígenas em aldeias espalhadas pelo estado de SP, promovendo o sufocamento da cultura e sociedade de cada etnia, inclusive dos Kaingangs "paulistas". 

Imagem/Reprodução: registro fotográfico de grupo formado poucos dias após a “pacificação” (Acervo digital do Museu Ferroviário Regional de Bauru)

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Atualidade dos Kaingangs "paulistas"

Atualmente, são três reservas indígenas situadas no noroeste paulista: Posto Indígena Icatu, em Braúna, a 35 km de Penápolis, Posto Indígena Vanuíre em Arco-Íris e o Posto Indígena Araribá, localizado em Avaí. Até o fechamento deste Projeto Experimental, tiveram tentativas, mas não foi possível marcar entrevistas com os habitantes de Icatu. 

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Imagem/Reprodução: crianças da aldeia de Icatu (Braúna) vacinadas contra o coronavírus (g1 São José do Rio Preto e Araçatuba, TV TEM)

REFERÊNCIAS

BALDUS, Herbert. São Paulo em Quatro Séculos - Sinopse da História dos Kaingang paulistas. 1953, v. I, p. 313-20. São Paulo: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Disponível em: <http://www.etnolinguistica.org/biblio:baldus-1953-sinopse> Acesso em: 03 dez. 2021.

​

BARROS, Fausto Ribeiro. Penápolis: História e Geografia - Pesquisas, Consultas, Depoimentos, Estudos. 1ª Edição – 1992.

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